segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Primeira corrida do ano

Em uma manhã fria de verão, o sol nascia tímido entre as araucárias que constituem a paisagem da serra gaúcha, mais precisamente da cidade de Gramado, distante 115 km da capital, Porto Alegre. Foi na cidade serrana tão bela e admirada por todos os turistas que juntamente com dois amigos, resolvemos começar as atividades "correlisticas" de 2013. Competindo com outra prova que foi realizada no litoral riograndense, no mesmo dia e horário e que atraiu muita gente, optamos pela Rústica de Gramado...e acho que acertamos na escolha. Primeiro pelo clima serrano ser mais ameno, segundo pela boa organização da prova, conforme nos informou algumas pessoas que já haviam participado das outras edições e terceiro porque em Gramado existe uma grande variedade de bares, restaurantes e churrascarias todos prontos a satisfazer o desejo de qualquer corredor após uma competição, que nada mais é que repor as proteínas e carboidratos gastos durante o percurso da empreitada. Na chegada ao centro municipal de esportes da cidade para a retirada dos kits, fomos pegos de surpresa pelo canto dos pássaros e pelo belo amanhecer numa das cidades mais encantadoras do sul do Brasil. Apesar da recepção, o frio da manhã estava apavorando um pouco, tudo bem que para correr é legal uma temperatura mais baixa, mas 13 graus no verão é demaissssss. Saímos de dentro do carro e fomos tomar um café para esquentar a alma, já passamos na organização de prova e retiramos o chip, camiseta, número do peito, etc... Fomos ao vestiário, e por lá ficamos pois estava um pouco mais quente. Conforme o sol raiava a galera vinha chegando, o som já estava rolando no volume mais alto e os competidores já estavam fazendo o aquecimento, trotando no estacionamento a espera da largada. Resolvi sair da zona de conforto, ou melhor, para fora do ginásio, e quando pisei no estacionamento com o Manto Coral, parecia que estava no centro do mundo...hehehe. Tinha muita gente de outros estados, do Rio de Janeiro, Sampa, Floripa, Rondônia e até de Santiago/Chile. O burburinho era grande faltando 15 minutos para a tiro de partida. Uma subida ingrime incomodava a visão de todos e deixava a galera com uma pulga dentro da orelha, saída rápida ou progressiva, ou ainda subir caminhando e depois correr literalmente atrás do prejuízo? Todos perfilados 10,7 km a frente dos competidores dos 5,3 km, soaram a trombeta....lá  foram todos correndo para encarar o paredão sem medo de ser feliz. Logo uma curva a esquerda, depois corrida pelo bosque, mais ou menos uns 350 metros entre arvores e hortênsias, subida leve, posto de água, decida, entrada na avenida que liga Gramado a Canela...uma longa reta e sebo nas canelas, posto de água, passagem em frente a rua 24 horas, subida leve, reta curta, subida leve, passagem em frente ao hotel casa da montanha, reta curta e o sol já mostrava a cara do verão na serra, os mais velozes comendo o asfalto na frente enquanto a maioria sentindo o efeito serra/sol/lombas. Eu como não sou tolinho e também não comecei a correr no sábado, fui no estilo mineirinho...devagar e sempre. No km 4 colei em dois corredores para nunca mais largar, cada um de nos puxava a fila alternadamente, ritmo e cadencia constantes parecia até que treinávamos juntos todos os dias. Água para um era água para os outros dois, estávamos sincronizados e tínhamos como objetivo  terminar a prova bem. Me senti um pouco incomodado em certa parte da prova, pois não gosto usar relógio e os dois amigos novos não paravam de olhar o cromômetro e despejar informações sobre o km/h. Penso que assim a pessoa fica refém do tempo correndo desta forma. Mas tudo bem isso tudo já iria acabar mesmo. Faltando pouco mais de 800 metros para cruzarmos a linha de chegada era hora para testar quem ainda tinha pernas...novamente os três correndo lado a lado como uma onda, trecho de subida leve, mas longa. Nos 200 metros finais eu acabei ficando um pouco atrás enquanto acompanhava os dois descendo o paredão para cair no foco das lentes dos fotógrafos que ali estavam para aproveitar o melhor angulo e registrar os últimos instantes da corrida. Não poderia ter sido melhor a minha estreia com o Manto Coral, bem...até poderia mas acho que ficou de bom tamanho. Décimo quarto lugar na geral dos 10 Km e segundo lugar na categoria 35/39 anos.

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