Durante o tempo que estive no escotismo éramos educados a usar boina para caminhadas e nas atividades de mar (nos barcos da escola Naval) usávamos o caxangá.
Antes de iniciar a pratica de corrida de rua, assistindo um documentário na TV o narrador cita que para proteger do cansaço provocado pelo sol, deveriamos usar um pano preso ao boné, este pano tem a função de proteger a nuca contra a ação desgastante do sol.
Os antigos legionários franceses aplicavam a técnica de proteção da nuca. Diga de passagem que a pratica é milenar, pois já aplicada aos nômades no deserto do norte da África e oriente médio. Na minha segunda maratona queria baixar o tempo da 1ª maratona, porem na largada a temperatura estava elevada e já nos primeiros 10 km estava próximo dos 30ªC, resultado: consegui aumentar em 27 minutos meu tempo (rsrsrs) devido ao forte calor e mudança da estratégia da primeira.
Passei mal após a chegada e fui para tenda de atendimento, lá o médico de plantão da organização Spiridon pediu que retirasse o boné e constatou que a cabeça esta quente (naturalmente rsrsrs), porem respeitei o comentário do Dr. que disse: “Melhor é deixar o sol incidir sobre a cabeça do que criar um ambiente sem ventilação na mesma”. Nunca deixei de usar o boné , pois como uso o tradicional (paninho de nuca) que foi adaptado a um boné comum , fixado nas laterais por velcro. A segunda foto do Anselmo ( Ultramaratonista com 196 Km ) mostra um boné comprado em loja de esportes , este tem a fixação próximo a aba, desta forma protege orelha e parte do rosto.
Como temos “stress” térmico associado ao calor e umidade impondo uma perda de líquido devido ao corpo passar a produzir mais suor, entrevistei o Dr. Milton Werner médico do trabalho porém com experiência em clinica desportiva que declarou: “aconselhado a um desportista é o uso de menor quantidade de roupas possíveis se possível de tecido adequado, destes modernos que as marcas de elite oferecem. A cabeça, bem como pescoço, orelha, face e braços é um ponto muito importante de perda de calor. Representa uma superfície de pele significativa, principalmente nos casos de calvície. Por isso eu não recomendo o uso de bonés e sim de viseira para a proteção dos olhos, garantindo melhor dissipação de calor, respeitando as provas em dias quentes e muito longas. Quanto a exposição solar o uso de protetores UVA e UVB filtro 30 para cima são fundamentais”, concluiu Dr. Milton.
Se observarmos quando estamos no ciclismo usamos um capacete protetor para choque dinâmico, que também protege em relação a incidência solar com a vantagem que permite ventilação, pois os modelos proporcionam a entrada do ar frio que (empurra) a saída do ar quente sobre a cabeça, também existem modelos com isolante térmico no capacete.
Para a natação, a cabeça esta constantemente (mesmo que parcialmente) imersa na água e isso favorece a troca de calor. Talvez para aquelas toucas que não molham os cabelos devem ser evitadas nas travessias aquáticas e nos triathlon`s.
Retornando aos bonés “Os tecidos mais indicados para a confecção dos bonés são os feitos com microfibra de Poliéster ou microfibra de Poliamida. Devem ser confeccionados em tecidos leves. Os mais procurados são os bonés de telinha em 100% Poliéster que, além de leve, é ideal por não esquentar, facilitar a evaporação do suor e por facilitar a saída do calor”. fonte: editora multiesportes.
Talvez uma solução intermediária seria o uso de boné com a parte superior em tela, desta forma teríamos uma proteção parcial do sol na cabeça e assim teria uma área de ventilação. A tela faria um efeito semelhante usado em orquidário o sombrite (as orquídeas ficam protegidas parcialmente da ação do sol e tem uma ampla área de ventilação). Um projeto eficiente de boné será um tipo “legionário”, porém com um gorro menor e o frontal com inclinação 45 graus para minimizar o impacto do ar, desta forma fornecerá uma melhor aerodinâmica. Como o boné será todo em tela (exceto a aba), este boné deverá ser extremamente leve, com a vantagem que o ar quente da cabeça terá uma excelente área de escape. As telas nas laterais além de possibilitar ventilação de bombordo ou boreste, fornecerá uma menor resistência ao vento em comparação aos bonés convencionais. Inicialmente poderá parecer estranho, mas acredito que em pouco tempo muitos de nós corredores estaremos usando.
O boné oficial das duas ultimas maratonas do Rio tem em cada lateral o tecido em tela para ventilação (parcial).
Evidentemente que este assunto não é conclusivo, pois teríamos que realizar um trabalho cientifico com pesquisas e evidências que comprovariam ou não o uso do boné, mesmo assim não vamos esquentar a cabeça com isto. rsrsrsrsrsrs
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